6 de fev. de 2012

Ex-camelô transforma R$ 12 em R$ 120 mil

Isso mesmo, Ex-camelô transforma R$ 12 em R$ 120 mil e vira exemplo de empreendedorismo.

Um empreendedor de sucesso escreve o seu próprio destino, não importa quão difícil seja o desafio. A trajetória do irreverente ex-camelô David Portes, 55, do Rio de Janeiro, que transformou R$ 12 em R$ 120 mil, prova essa máxima. Não é à toa que se tornou um dos palestrantes mais requisitados de marketing e venda do País - com experiência internacional.
Proprietário de uma banca de guloseimas, localizada no centro da capital carioca, Portes ‘comeu o pão que o diabo amassou’ até alcançar o sucesso empresarial.

A guinada na vida começou quando, desempregado e despejado de um barraco onde morava na favela da Rocinha, sua esposa, grávida de sete meses, passou mal. Não tinha dinheiro algum para comprar-lhe o medicamento. Um porteiro de um edifício comercial se comoveu com o seu desespero e emprestou-lhe o dinheiro.

"Na época, o valor do remédio era em cruzados, algo em torno de R$ 12, hoje. Ao invés de ir à farmácia, fui até uma loja de doces e comprei tudo em paçocas e balas para revender. No final da noite, eu tinha dobrado o capital. Então comprei o medicamento e ainda mais doces para revender".

Foi esse pequeno negócio que despertou o espírito empreendedor. De doce em doce, montou uma barraca, que funciona até hoje. "Percebi que quanto mais produtos eu tinha para oferecer, mais eu vendia, e assim, em um curto período de tempo, a banca já ofertava mais de 360 itens".

Em um ano, segundo o empresário, já havia comprado um terreno e construído a casa da família. Como todo empreendedor, David Portes viu que não podia ‘parar no tempo’, afinal a concorrência está por todos os lados. "Só sobrevive aquele que faz a diferença!
Então, comecei com o drive thru. Neste caso, os clientes paravam na banca e eram atendidos direto no carro. Uma outra estratégia de venda foi o tele-entrega. O engraçado é que como naquela época o celular era muito caro, eu usava os orelhões, que ficavam ao lado da banca, para receber os pedidos de entrega (ao domicílio)".



Independente da carreira e das pretensões (ser dono do próprio negócio ou colaborador de uma empresa), Portes acredita que ser criativo, perseverante, não ter medo de ousar e estar atentos às oportunidades são fatores primordiais para se alcançar o sucesso profissional.

Para quem lida com atendimento e vendas, há mais uma dica: é preciso encantar os clientes. "Toda hora é hora de mudar, criar e reinventar, pois como diz o ditado: a vida só é dura para quem dá mole"

Carreira
O ex-camelô, que não tem diploma de nível superior e nem conseguiu terminar o ensino médio, já ministrou mais de 1.000 palestras Brasil afora. "Não falo nada de inglês, só português. O que encanta os executivos é a simplicidade; o que grandes pensadores de marketing estudam, eu digo por intuição", destaca.

Além da barraca de doces, Portes é proprietário de algumas empresas no ramo alimentício, de uma agência de comunicação que oferece diversos serviços na área da publicidade e de mídia, consultor de marketing e, ainda, autor do livro:"David, Lição de Vida e de Marketing", que foi publicado no final de 2008 e já vendeu mais de 32 mil exemplares.

"Ter uma idéia e botá-la em prática é o ponto principal. Eu digo sempre: nunca tenha medo de cometer erros, pois o pior erro é o medo de não tentar. Tem que ter perseverança, lutar pelo sonho e correr na frente, pois quem corre na frente bebe água limpa, quem fica atrás só pega água suja", acrescenta entusiasmado.

Portes reside com a esposa, Maria de Fátima Monsores Portes, 49, na zona sul do Rio de Janeiro. Tem um filho de 25 anos, chamado Thiago Monsores Portes, que é formado em Publicidade e o ajuda a dirigir a agência DMarketing.

Sobre as expectativas para o futuro, o empresário garante que ainda tem muitos sonhos a realizar. "Sou o segundo ex-camelô mais conhecido do Brasil, perco apenas para o Sílvio Santos. Eu ainda quero ter um programa de entretenimento na televisão e também quero transformar a minha banca em franquia, ver a Banca do David adoçando muitas cidades brasileiras".


Por Kelly Moraes

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