26 de jul. de 2012

O que é Criatividade para você?


Estávamos lendo essa matéria no HSM e achamos muito interesante compartilhar com vocês.

A matéria trata um assunto bem curioso sobre inteligência e criatividade. Há quem não se considere inteligente nem criativo. Sir Ken Robinson, especialista em criatividade e inovação, afirma que quem pensa dessa maneira ainda tem visão limitada da inteligência. “A inteligência é muito diversificada e existem maneiras de pensar diferentes. Algumas pessoas pensam visualmente; outras, por meio do som ou do movimento; e outras, ainda, de forma matemática”, defende, refletindo os conceitos das teorias de múltiplas inteligências, das quais o psicólogo Howard Gardner é grande expoente.

Assessor de empresas e governos no desenvolvimento da criatividade, Robinson lembra, em entrevista publicada por HSM Management, que o cérebro humano é interativo, não trabalha somente em um ou outro hemisfério, mas conectando ambos em uma forma única de pensar. Grandes equipes criativas são formadas por indivíduos com diferentes experiências e habilidades, capazes de convertê-las em um ponto forte.

Um bom exemplo disso são os estúdios Pixar, do setor de entretenimento. Eles organizam equipes específicas para cada projeto e as dissolvem quando o projeto termina, reunindo novos grupos para as obras seguintes. “Não é por ser do cinema que a Pixar é criativa; é por fazer isso”, ressalta Robinson, que levará ao palco da
HSM ExpoManagement 2012 uma apresentação sobre como liderar uma cultura de inovação. O evento será realizado em São Paulo nos dias 5, 6 e 7 de novembro como postado aqui no blog.

Agora temos algumas perguntinhas pra pensarmos nesse contexto.

O que é criatividade?
O autor de O elemento-chave: descubra onde a paixão se encontra com seu talento e maximize seu potencial (ed. Ediouro) explica que o conceito de “criatividade” pode ser abordado por meio de três palavras-chave: imaginação, criatividade e inovação:

•    Imaginação é nossa capacidade de trazer à mente algo que não está disponível para ser captado por nossos sentidos. “Com imaginação, podemos reviver o passado, assumir o lugar de outra pessoa ou antecipar o futuro”, esclarece.
•    Criatividade é a capacidade de colocar a imaginação para trabalhar, é o processo de geração de idéias originais que tenham valor. “Você pode ser criativo em matemática, música, artes, gestão de empresas, condução de uma família. Tudo é fonte potencial de pensamento criativo.”
•    Inovação é o ato de colocar as boas idéias em prática. Para inovar, é preciso, antes, contar com um processo de criatividade e, para isso, as empresas devem incentivar e promover a imaginação. “Nesse ponto, várias organizações e indivíduos falham: deixam de alimentar a imaginação”.


Praticando imaginação
Uma forma de incentivar a imaginação é proporcionar novas experiências. Simples atos, como visitar uma galeria de arte (para quem não tem o hábito de fazê-lo) ou mudar o caminho de casa para o trabalho estimulam essa faceta.

“Algumas empresas têm políticas específicas para estimular a imaginação dos funcionários, como a Pixar, que criou um programa de treinamento no qual os funcionários podem passar até quatro horas por semana em qualquer curso, como antropologia ou egiptologia”, compartilha o autor. Um efeito dessa política é a geração de um fluxo constante de novas idéias. Além do benefício direto das aulas, pessoas de diferentes departamentos da empresa se encontram, o que contribuiu para criar uma cultura coesa.

Para chegar à inovação

Para incentivar uma cultura de inovação, deve-se reconhecer que o pensamento criativo não vem do esforço individual, e sim da colaboração, do trabalho em equipe, da combinação de ideias.

Segundo Robinson, a criatividade é um processo que se aplica a qualquer negócio. Além da Pixar, a Procter & Gamble também é criativa. Atuam em segmentos distintos, com estratégias de inovação muito diferentes. A Procter & Gamble incentiva a colaboração entre funcionários de diferentes áreas, aliada à contribuição de pesquisadores externos.

Algumas empresas estimulam a criatividade dando aos funcionários um tempo livre para que pesquisem. Trata-se de política inteligente, na opinião de Robinson. Para ele, a disciplina é necessária, mas são fundamentais também o descanso e as etapas de maturação, para que as ideias se desenvolvam.

O papel da emoção

Crescemos pensando que podemos confiar no intelecto, mas não nos sentimentos. É nossa herança iluminista, já que, no século 18, os filósofos tentaram (e conseguiram) diminuir a importância atribuída às emoções. O pensador David Hume, por exemplo, dizia que era preciso erradicar os sentimentos do processo lógico, porque eles distorciam a verdade. Mas o que é a verdade?

Séculos de reflexões e debates a esse respeito nos trouxeram a este tempo, em que a emoção começa a ser reconhecida não apenas como parte do show, mas, muitas vezes, como a melhor parte. Para Robinson, um homem voltado às artes, as emoções também têm efeitos positivos sobre a imaginação e, consequentemente, sobre a inovação.

Nascido em Liverpool, berço dos Beatles, Robinson é “Sir” porque que a Rainha Elizabeth II decidiu reconhecer sua contribuição às artes em 2003. Ele foi professor de educação na University of Warwick e possui títulos honoris causa de diversas escolas de design e artes. Recebeu o prêmio LEGO Prize pelo desempenho internacional em educação e a medalha Benjamin Franklin Medal da Royal Society of Arts por sua contribuição às relações culturais entre o Reino Unido e os Estados Unidos.

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Referência
BRAUN, E. “Contagem regressiva com Ken Robinson”. In: Revista HSM Management ed. 83, nov.-dez. 2010, p.8.

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